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Frequently Asked (by Me) Questions, Parte II

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Prosseguindo com a série de perguntas que não querem calar, desta vez com um enfoque em RH & correlatos. Já com sugestões do respeitável público! Continuem comentando. A intenção é catalogar tosquices de comportamento encravadas no nosso cotidiano.

  1. Por que “anos de experiência” são tão importantes nos classificados de emprego? As profissões de informática já existem há décadas, e existe um grande histórico de coisas que deram certo e outras que nem tanto. Entre essas últimas, persiste uma forma garantida de contratar gente inepta, ao mesmo tempo em que aliena bons profissionais: a temível “experiência comprovada” em alguma coisa! Não importa se o candidato trabalhou uma vez por mês ou 16h por dia com a tal tecnologia durante todo o tempo requerido, ou se ele trabalhou com algo similar e não terá dificuldade, ou se consegue tranqüilamente ficar craque no tal requisito em duas semanas. Competência e experiência se confundem de forma surreal. É tão difícil assim avaliar aptidões?

  2. Se certificações são tão inúteis, por que fazem tanto sucesso entre candidatos e recrutadores? Existe um debate acalorado sobre a utilidade/qualidade das certificações como forma de filtro de candidatos a emprego. As empresas não abrem mão de exigir algum diploma, pois a oferta está grande. Os candidatos, por sua vez, fazem sacrifícios para colocar uma estrelinha a mais no CV, pois a concorrência está grande. E na prática, quando pintar um problema, tanto o profissional ultra-graduado quanto o humildezinho vão recorrer a dois recursos: (1) capacidade de raciocínio e (2) Google. Quem tira proveito disso tudo além das empresas de treinamento?

  3. Por que contratadores dificultam o acesso à internet por parte dos contratados? by peczenyj Será que quem contrata acha que o cara vai ser mais produtivo se ficar longe do GMail, MSN, Terra Esportes, 1Up4Dev? Sei lá. Eu achava que as empresas contratavam pessoas para que elas atingissem determinados objetivos, e não para que produzissem código ininterruptamente, sem “distrações”. Mas pode ser que, para elas, a produtividade seja um número, não um valor.

  4. Qual é o sentido de se impor políticas de segurança inócuas? by miguel Há quem se sinta seguro contratanto dummies quaisquer para implementar filtros de firewall e fazer papel de polícia, bloqueando pen drives e colocando a impressora pra funcionar só das 8 às 18h. Missão: racionalizar o uso dos recursos de trabalho! Aumentar a segurança! Impedir vazamento dos fontes! Ao mesmo tempo, relaxam no recrutamento e logo a empresa vai estar infestada de pessoas que pareciam super-bem-intencionadas, mas vão passar o dia vendendo muamba no Mercado Livre através de um proxy russo. Ou emporcalhando os preciosos fontes, o que é bem pior que roubá-los.

  5. Por que contratados e contratadores gostam de se tratar como empregados e patrões, mesmo em condições “PJ”? É fato inegável que a carga escorchante de tributos incidentes sobre a folha de pagamento leva as empresas a procurarem alternativas. Invariavelmente elas sub-contratam outras empresas para que, estas sim, se virem com o problema da mão-de-obra. Mas alguém já viu isso acontecer pra valer? O que existe é um local de atividade, um horário de trabalho, um salário, e cara feia se você quiser atender outro “cliente”. Os contratados não agem como empresários, embora paguem caro para o serem. E parece que ninguém se incomoda com o teatrinho patrão-empregado.

  6. Qual a lógica em se cobrar por hora e não ganhar por hora? Os iniciantes começam com 10 ou 12 reais. Os júniores podem sonhar com o dobro disso. Os plenos estão na faixa dos 30 ou 35. E para os sêniores, o céu é o limite! Mas, curiosamente, quase todos trabalham 160 horas por mês. Quero dizer, são pagos por 160 horas trabalhadas no mês, recorrendo talvez a um banco de horas (muitas vezes fictício) quando a conta estoura. Ainda assim, freqüentemente gostamos de calcular nossos rendimentos pelo valor-hora, sonhando que estaríamos quase ricos se as contas batessem. 160 horas, my ass.

  7. Como se enquadram projetos temporários nas variantes do Agile? Ou: posso ser free-lancer e agile ao mesmo tempo? Esta pergunta não é irônica (é, as outras pretendiam ser). É uma dúvida que eu tenho de verdade. Não sou expert em Agile/Scrum/XP/etc, e lendo a respeito dessas formas de trabalho, às vezes acho difícil compatibilizar a idéia de contrato temporário com desenvolvimento incremental sem tempo para terminar. Agile, por natureza, contra-indica prazos precisos. O contrato temporário, por natureza, baseia-se no inverso. Gostaria de entender melhor como essa situação já se resolveu na vida real.

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