Seguindo a filosofia de tirar a bunda da cadeira, tive a oportunidade de falar em excelentes eventos esse ano, conhecer muita gente interessante e dar os primeiros passos no sentido de disseminar a linguagem Clojure no Brasil e organizar comunidades em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Coding Dojo
Em Maio tive a honra de ter sido convidado a apresentar um coding dojo de Clojure na Das Dad, que acabou tendo uma aceitação bem maior do que eu esperava.
Tirando o fato do trânsito de São Paulo ter me derrubado e me feito chegar atrasado, conseguimos dar uma boa olhada na linguagem e atiçar a curiosidade. Quem quiser dar uma olhada no que foi feito, o código está no GitHub.
Anhanguera
Ainda em Maio, Alexandre Borba e eu fomos convidados a palestrar na unidade de Osasco da Anhanguera Educacional. Borba apresentou os conceitos de Coding Dojo, Katas e o formato Randori para os alunos, enquanto eu apresentei conceitos de orientação a objetos com JavaScript.
Os organizadores do evento prepararam um espaço para os palestrantes atrás do palco que era muito melhor do que qualquer camarim que eu já tenha visto nas vezes em que toquei por aí.
Alguns alunos perguntaram sobre o uso de JavaScript no mercado de trabalho, o que me deu a certeza de que uma palestra menos técnica e mais focada na realidade deles teria sido melhor aproveitada.
2º ENCATEC
O pessoal da Adapti, empresa júnior encubada no CEUNES-UFES, em São Mateus-ES, me convidou para o Segundo Encontro Norte-Capixaba de Tecnologia.
Lá tive o prazer de assistir a palestra da Professora Mariella Berger, do projeto IARA, que apresentou o “famoso carro que atropelou a Ana Maria Braga” e o projeto da Universidade Federal do Espírito Santo que junta automatização, robótica, inteligência artificial, sistema de visão e mais um monte de coisas bacanas usando soluções de código aberto.
Tive a oportunidade também de dividir espaço com meus ídolos Álvaro Justen, o Turicas, que falou sobre software livre; Ricardo Valeriano, que fez uma apresentação hardcore sobre Paralelismo e Concorrência com Ruby; e Luiz Rocha apresentando conceitos de sistemas distribuídos.
Eu falei sobre as aplicações de programação funcional em ambientes corporativos, visto que os alunos da UFES “aprendem” programação funcional e Haskell logo no primeiro semestre de uma maneira bem deficiente.
Assim como aconteceu na Anhanguera, saí com a impressão de que um tema menos técnico teria sido melhor aproveitado pelos alunos. O fato dos alunos serem pagos com horas de atividades extra-curriculares também fez com que muitos estivessem ali obrigados, estando pouco interessados nos temas apresentados.
TDC SP
Em Julho tivemos a etapa de São Paulo do The Developers Conference, evento itinerante organizado pela GlobalCode.
Eu tive a oportunidade de apresentar a primeira palestra da trilha de JavaScript e HTML5, na Quarta-feira, e apresentei vários recursos menos conhecidos do JavaScript, além de ter sorteado uma cópia do meu livro.
Como eu utilizei o manjadíssimo recurso de usar animais para explicar herança, um dos presentes comentou depois, no Twitter, que acha idiota a analogia com animais, visto que ele nunca utilizou animais nos sistemas que já ajudou a desenvolver. Eu achei que seria desnecessário dizer, mas o problema aí mora no fato do colega não perceber que eu estava explicando um conceito de uma forma que qualquer pessoa possa entender. Uma vez que você entenda o conceito, você pode extrapolá-lo para a sua realidade, seja utilizando herança para definir Pessoas Físicas e Jurídicas, seja para definir classes fiscais e naturezas de operação da forma que for mais conveniente.
O ponto negativo ficou por conta da organização, que atrasou o início das palestras em pouco mais de uma hora, não apresentou justificativas nem um pedido de desculpas aos presentes.
No Domingo, último dia do evento, fui mentor de Clojure no Coding Dojo que aconteceu na trilha de Ruby. Ao mesmo tempo e na mesma sala havia máquinas com Clojure, Scala e Ruby para resolver o mesmo problema. Os participantes saiam de uma máquina e iam para outra, onde podiam ver as diferenças e características de cada uma das linguagens.
Fiquei feliz ao perceber que o Clojure causou uma boa impressão e, novamente, despertou o interesse.
QCon SP
O grande evento do ano para desenvolvedores, infelizmente, caiu nos mesmos dias do RubyConf, evento da Locaweb voltado para a comunidade Ruby e Rails. Ouvi coisas muito boas sobre o RubyConf desse ano, e foi uma pena que eu não estive por lá.
Como acontece todos os anos, o nível das palestras foi muito bom e, pela primeira vez, tive a honra de ter sido convidado para falar sobre Clojure na trilha “Fronteiras do Desenvolvimento”.
Para minha surpresa, a sala ficou lotada. Muita gente em pé, muita gente interessada e várias pessoas vieram falar comigo após a palestra para tirar dúvidas ou mesmo para contar suas experiências ao adotar Clojure em suas empresas.
Não tenho dúvidas de que, profissionalmente falando, esse foi o ponto alto do ano para mim. Só tenho a agradecer aos presentes e à organização pelo interesse e pela oportunidade.
O ponto negativo, e até certo ponto divertido, ficou por conta da novelinha criada por um dos palestrantes ao falar mal de SOA. Os representantes de um dos patrocinadores, que vendem consultoria no assunto, ao se sentirem ofendidos, iniciaram um festival de resmungos passivo-agressivos como se um bom diálogo fosse construído dessa forma. O evento em si e a organização nada tiveram a ver com isso, mas foi interessante acompanhar algumas reações e ver quem as pessoas realmente são quando o calo dói.
(clj-sp)
Entre um evento e outro, percebendo o interesse crescente na linguagem Clojure, resolvi chamar os desenvolvedores das listas Clojure Brasil e Clojure BR para participar do (clj-sp), o Grupo de Usuários Clojure no Brasil. Somos o primeiro grupo do tipo no Brasil e, por mais estranho que pareça, nosso primeiro encontro foi no Rio de Janeiro.
Organizado pelo nosso amigo Giuliani, sete desenvolvedores se reuniram num bar da Lapa, o equivalente carioca da Vila Madalena e trocamos experiências sobre o uso de programação funcional em geral e Clojure em particular em nossos respectivos trabalhos.
Dois dias depois tivemos o primeiro encontro em São Paulo, nas dependências da iMasters, contando com uma apresentação minha sobre a sintaxe do Clojure, Konrad Scorciapino falando sobre Datalog e Jonas Fagundes compartilhando sua experiência com Clojure em startups.
O auditório da iMasters ficou pequeno para tanta gente interessada e eu fiquei impressionado como apareceu muito mais gente do que eu estava esperando.
Dia 26 de Setembro, última Quinta-feira do mês, teremos o segundo encontro. Caso você tenha interesse, as informações estão em [http://www.meetup.com/clj-sp/].
O que vem por aí
7masters JavaScript Já 25 de Setembro será dia de 7masters de JavaScript na iMasters. Eu e mais seis especialistas vamos apresentar lightining talks de sete minutos sobre algum assunto bacana relacionado à linguagem. Acesse [setemasters.imasters.com.br/edicoes/javascript/] e compareça.
DevDay Em outubro vou falar novamente sobre JavaScript no DevDay, um evento muito bacana voltado para desenvolvedores de software que vai acontecer em Belo Horizonte.
Vai ser uma chance bacana de conhecer vários desenvolvedores que eu admiro e aprender com quem realmente conhece do assunto.
- Programação funcional E, finalizando, estou escrevendo meu segundo livro, mais focado em programação funcional e como isso pode salvar a sua pele no seu trabalho ou nos seus projetos pessoais. É um livro bem mais denso e especializado que o primeiro, mas estou tentando manter o mesmo tom didático e fácil de assimilar.
Esse ano está sendo o ano da colheita de tudo o que eu plantei em 2012 e, enquanto isso, estou me preparando para colher mais frutos no ano que vem. Vamos ver no que dá.